Empresas dos mais diversos portes e segmentos da economia brasileira estão adotando em suas organizações o conceito de ESG, uma sigla em inglês que significa “environmental”, “social and governance” e corresponde à adoção de um conjunto de práticas ambientais, sociais e de governança que pode ser usado para guiar investimentos e escolhas de consumo focadas em sustentabilidade.
O termo ESG foi definido em 2004 em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who CaresWins. Os critérios ESG estão totalmente relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pelo Pacto Global, iniciativa mundial que envolve a ONU e várias entidades internacionais.
Em muitas organizações, as práticas de ESG estão alinhadas aos seus compromissos com o desenvolvimento socioeconômico e meio ambiente das comunidades onde atuam. As ações sociais envolvem o engajamento da comunidade, a participação dos colaboradores e parceiros com o objetivo de conscientizar as equipes sobre a importância do voluntariado, fomentando práticas de transformação social, como a transferência de conhecimento e habilidades, a promoção da igualdade de oportunidades e a contribuição com a qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Entre essas ações, muitas vezes ocorrem reforma e limpeza de espaços públicos, iniciativas educativas em escolas, como feiras de profissões e palestras sobre educação no trânsito, entre outras.
A manutenção de um ambiente de negócios sustentável com foco no meio ambiente e em boas práticas de governança aponta a preocupação das empresas em consolidarem a reformulação de seus processos para implantação dos pilares do ESG e a sociedade tem cobrado a adoção dessas práticas. Elas têm vantagens no mercado, com a possibilidade de reduções nos custos e aumento da rentabilidade a médio e longo prazos, isso por conta da atração e fidelização de clientes, com produtos mais sustentáveis.
Práticas ambientais, como diminuição de consumo de água e energia, por exemplo, também podem causar diminuição nos custos e aumento de aporte financeiro.
A governança exige maior transparência e controle das práticas desempenhadas pela empresa, mostrando, regularmente, ações e resultados claros e objetivos, por meio de relatórios ESG comprometidos com o caminho que estão seguindo. Em resumo, a adoção das práticas de ESG pelas empresas se tornará cada vez mais uma questão de sustentabilidade e perenidade de seus negócios, afinal, não é razoável acreditar que os consumidores de uma forma geral estarão propensos a demandar produtos e serviços de empresas que não estejam preocupadas com a preservação do meio ambiente, atentas às questões sociais e de governança.
Artigo escrito por:
*Valdir Augusto de Assunção é presidente do IBEF Campinas Interior Paulista, com mais de 35 anos de experiência em auditoria e consultoria em empresas nacionais e internacionais de grande, médio e pequeno portes, dos quais 21 anos como Sócio da PwC. Foi CEO/Líder das operações da PwC no Interior do Estado de SP por 7 anos até julho de 2020.