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IBEF Campinas promove painéis especiais do Equilibrista 2025 e reúne lideranças para discutir economia, tributação e agronegócio

Milton Paes

O IBEF Campinas Interior Paulista realizou nesta quinta-feira (27/11) uma programação especial do Equilibrista 2025, evento que celebra a liderança, o talento e a visão que impulsionam o ambiente empresarial do interior paulista. A tarde de debates reuniu executivos e autoridades em três painéis dedicados a temas estratégicos para o país em 2026.

A primeira vice-presidente do IBEF Campinas, Élica Martins, destacou a proposta do encontro. “Este é um momento privilegiado para aprendermos juntos, trocarmos visões e fortalecermos o networking que nos une como líderes e protagonistas do ambiente empresarial”, afirmou.

Reforma Tributária em foco

Abrindo os trabalhos, o primeiro painel trouxe o tema “Tributação em Transformação”, apresentado por Alexys Fonteine, CEO da Steverlynck Fonteyne Consultoria e ex-deputado federal. Ele detalhou riscos e oportunidades da Reforma Tributária, ressaltando o impacto direto no ambiente de negócios.

Segundo Fonteine, a mudança representa uma guinada histórica. “A reforma tributária vai ser disruptiva para o Brasil, que tinha o pior sistema tributário do mundo. Estamos indo para um padrão das maiores economias do planeta”, avaliou.

Ele ponderou, porém, que o processo de transição exigirá atenção das empresas. “Há riscos de fluxo de caixa, de capital de giro e mudanças profundas em setores como a construção civil. Cada empresário precisa analisar como seu negócio será impactado para não perder oportunidades”, alertou.

Sobre as críticas de prefeitos que alegam possível perda de arrecadação, Fonteine foi objetivo: “Os prefeitos estão no papel deles de reclamar. Mas há fundo de compensação, nova dinâmica econômica e mecanismos de proteção. Muitas análises catastróficas não devem se concretizar”, afirmou.

Tarifaço e impactos no agro

O segundo painel teve como tema “O Tarifaço e seus Impactos Econômicos”, com Guilherme Campos, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), ex-vice-prefeito de Campinas e ex-deputado federal.

Campos destacou que o agronegócio brasileiro encontrou alternativas para enfrentar o chamado “tarifaço” imposto pelo governo Trump. “O agro não foi tão impactado porque buscou caminhos alternativos”, explicou.

Ele ressaltou ainda o desempenho do setor. “O MAPA sempre tem o que comemorar. É o grande indutor das políticas públicas do setor mais competitivo da economia brasileira. O agronegócio puxa todos os outros setores e o Brasil tem protagonismo indiscutível”, disse.

Ao comentar as perspectivas de 2026, Campos citou fatores como juros mais baixos e câmbio mais estável como elementos de estímulo ao setor. “O Brasil vem ganhando espaço cada vez mais. É irreversível a nossa posição na produção de alimentos, bioenergia e fibras. O país consegue avançar simultaneamente em segurança alimentar e transição energética”, destacou.

Sobre a COP 30, realizada em Belém, o secretário elogiou a escolha da cidade e o protagonismo do agro brasileiro no evento. “Belém tem um simbolismo muito grande por ser porta de entrada da Amazônia. A Embrapa levou à COP um espaço fantástico, mostrando a tecnologia, a inovação e o cuidado ambiental da agricultura brasileira. Somos imbatíveis”, afirmou.

Cenário econômico para 2026

O último painel trouxe Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra, ex-presidente do BNDES e ex-ministro da Fazenda, para falar sobre as “Perspectivas Econômicas para 2026”.

Levy avaliou que o país deve continuar avançando rumo à meta de inflação. “A convergência da inflação deve permitir que a taxa de juros comece a cair”, projetou.

Ele ressaltou que, apesar do desaquecimento provocado pelo Banco Central, a economia segue em movimento. “O investimento vem se mantendo mesmo com juros altos, especialmente em infraestrutura, petróleo e energia. Isso cria novas possibilidades para o país”, disse.

Quanto ao recuo das tarifas impostas pelos EUA, Levy afirmou que o impacto tem sido manejável. “Hoje as tarifas estão muito focadas na área industrial. As negociações continuam e o governo tem trabalhado bastante. Muitas exportações já ficaram livres, mas ainda há desafios”, explicou.

Ele ponderou, porém, que a realidade varia entre setores. “Do ponto de vista macroeconômico, atravessamos bem, mas é preciso olhar caso a caso. Algumas empresas enfrentam mais dificuldades”, concluiu.

Um encontro marcado por diálogo e visão estratégica

A programação especial do Equilibrista 2025 reforçou o papel do IBEF Campinas como espaço de discussão qualificada sobre temas decisivos para o futuro do país. Reunindo especialistas de diferentes áreas, o evento ofereceu análises profundas sobre economia, tributação e o papel estratégico do agronegócio brasileiro.

Primeira vice-presidente do IBEF Campinas, Élica Martins. Crédito: Celso Congilio.
Alexys Fonteine, CEO da Steverlynck Fonteyne Consultoria e ex-deputado federal. Crédito: Celso Congilio.
Guilherme Campos, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), ex-vice-prefeito de Campinas e ex-deputado federal. Crédito: Celso Congilio.
Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra, ex-presidente do BNDES e ex-ministro da Fazenda. Crédito: Celso Congilio.
Milton Paes O IBEF Campinas Interior Paulista realizou nesta quinta-feira (27/11) uma programação especial do Equilibrista 2025, evento que celebra a liderança, o talento

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