Uma parceria do IBEF Campinas Interior Paulista e da PwC Brasil trouxe o evento “Inovação impulsionando a transformação nos negócios” na manhã de 16 de maio.
Gustavo Amud, sócio de Assurance na PwC, mediou o encontro, e David Morrell, sócio de inovação, foi o painelista. Além dele, Giovana Moreira, do Agtech Innovation e Geraldo Pereira, CIO da Ypê, também dividiram suas experiências com o público composto por executivos de finanças.
A pergunta que iniciou o evento foi “Sua empresa está pronta para o digital?”. David Morrell trouxe um panorama da 1ª edição do Índice de Transformação Digital Brasil (ITDBr), lançado no fim do ano passado pela PwC Brasil com a Fundação Dom Cabral (FDC) para medir a maturidade digital das empresas brasileiras a partir de uma metodologia inédita, baseada em dez dimensões da transformação digital – estratégia, governança, processos digitais, pessoas/cultura, infraestrutura, decisões orientadas por dados, estratégias de tecnologia, inteligência artificial, serviços digitais a clientes e fronteira tecnológica.
O índice geral apontado no levantamento foi de 3,3 considerando uma escala de 1 a 6. Por ordem de maturidade digital, as 10 principais indústrias que participaram do estudo foram: serviços financeiros, tecnologia da informação, varejo e consumo, energia, automotivo, construção civil/infraestrutura, consultoria/serviços, agronegócio, produção industrial e saúde.
O melhor resultado obtido foi em “decisões data-driven”, que indica maior conhecimento sobre dados, com 3,9. “A LGPD nos impulsionou para um olhar maior para os dados”, disse Morrell. “45% dos CEOs não acreditam que as suas organizações sobreviverão por mais de dez anos se mantiverem o rumo atual”, comenta David Morrel.
De acordo com o executivo, os principais obstáculos relacionados à transformação digital nas empresas tem a ver muito mais com pessoas, cultura e mentalidade do que necessariamente com tecnologia. “A tecnologia muitas vezes está lá, mas não está sendo usada”. Uma amostra disso é que 42% não tem o tema em seus valores e suas políticas de RH. “Precisamos conectar os agentes para que haja colaboração entre todos. A liderança precisa estar alinhada e colocar como meta a inovação, porque há muitas oportunidades quando a gente fala em cooperação”, declarou Giovana Moreira.
Estratégias, infraestrutura e processos digitais empataram na pontuação geral com 3,7. Para Morrell, não surpreende a estratégia estar em segundo lugar, uma vez que existe um desenho sendo feito na maioria das empresas. O grande desafio ainda é o redesenho, ou seja, as empresas evoluírem em suas práticas. “A maioria pelo menos está sabendo para onde quer ir, com uma visão mais a longo prazo e voltada para alianças. O assunto é grande demais para trabalharmos só dentro de casa”, destacou.
Geraldo Pereira, CIO da Ypê, trouxe para o debate a visão do autor Gil Giardelli da “progressofobia”, que se refere à ansiedade relacionada ao futuro, principalmente sobre os avanços tecnológicos. “Nós precisamos assumir que não sabemos tudo para poder evoluir”, disse.
Uma pontuação ainda considerada baixa nesta 1ª edição do ITDBr foi a relacionada à Inteligência Artificial, com apenas 2,4 de média. 60% das empresas disseram que o uso de redes neurais e algoritmos e o treino de softwares com uso de IA não é uma agenda prioritária. Mas essa realidade deve mudar em breve, já que 70% disse que nos próximos 3 anos a IA mudará significativamente como sua empresa cria e captura valor e exigirá que a maior parte da força de trabalho desenvolva novas skills, pois aumentará a competitividade.
A maioria das organizações brasileiras está adotando seletivamente a Transformação Digital por meio de investimentos de pequena escala.
O evento contou com a participação massiva do público, que contribuiu com cases e dúvidas.
Confira as fotos:
A apresentação do palestrante David Morrell está disponível abaixo: